domingo, 13 de dezembro de 2009

Feliz Natal!!!!!!

O Natal está chegando. Adoro ver as luzes aparecendo pela cidade. Adoro a expectativa, adoro o clima. Desde pequeno, o Natal sempre foi para nós o momento familiar maior. Era uma das poucas vezes em que ficávamos juntos com a televisão desligada, só para conversar. Meu pai mandava ver nos discos de vinil, tocando MPB, e nós ficávamos inventando o que fazer. Ganhávamos tantos presentes, mas estes quase todos fugiram da lembrança. Um ou outro ainda lembro, mas não sinto falta deles. Sinto falta do cheiro da rabanada sendo feita na manhã do dia 24, as nozes, as passas. Sinto falta de minha avó e minha mãe atarefadas na cozinha, da toalha de mesa especial, a guirlanda, as luzes na árvore do quintal. Sinto falta de buscar a árvore em algum armário e nós, minhas irmãs e eu, junto com minha mãe, a colocar os enfeites, rindo. Cada um deles era como uma foto, um souvenir de Natais passados, que pendurávamos como para trazer para o agora todos as celebrações dos outros anos. Conhecíamos os enfeites: o passarinho, os papais-noéis de cera, as bolinhas de vidro (que foram quebrando-se), as bolas de fio alaranjado (não gostava delas...). Cada um era a novidade de algum Natal que passou.
Alguns dias antes da festa eu pegava bastante gravetos e barbas-de-velho para preparar um presépio grande na lareira. As vezes a Família Sagrada dividia espaços com algum playmobil, ou algum outro brinquedo que eu acreditava combinar com a cena. Me lembro que o "tcham" era que eu botava luz dentro da gruta. Fala sério, hein? Super presépio!!
A ceia era sempre ótima, com bacalhau disputado entre nós, e um presunto com pêssegos, também gostoso. Depois sentávamos ao redor da árvore para dar os presentes, tentando advinhar o que eram, fazendo piadas, meus pais bebendo um licorzinho, meus avós nos dando agrados. Íamos dormir tão felizes, loucos para acordar cedo e ver o que o Papai Noel tinha deixado pra gente. Dia 25 era sempre dia de muita brincadeira com as novas aquisições.
Enfim, o Natal nunca foi sobre ganhar coisas. Aliás, foi, mas não presentes. Foi ganhar carinho, foi ganhar lembranças, foi ganhar amor. E dar aquilo que tínhamos de mais especial para aqueles que amamos. O Natal nos fez mais generosos, mais desapegados. Sempre soubemos que o mais importante não eram e nem são os presentes. O mais importante é que, ao celebrar o nascimento de Jesus disfarçado de tantas coisas, aprendi a amar meus pais, meus avós, minha família e ao resto do mundo que celebra junto. Sem perceber, tornei-me cristão.
E essa é a árvore que montamos hoje, Ila e eu, enquanto nevava lá fora. Ela é de verdade, e é a primeira de nossa família.

3 comentários:

Graziela Esteves disse...

Que lindo texto, linda árvore!
Querido amigo, compartilho com vc desse sentimento... As coisas eram muito parecidas na minha casa, só não tínhamos uma lareira, mas o presépio com barbas de velho e playmobill tb fazia parte dos meus Natais...
Beijo para vc.

Pipe & Renatinha disse...

Amei o texto e amei a primeira árvore da família. Espero que ela cresça em amor e catarrentos.
Bjo grande dos Turus
ps: acho que vc vai pro inferno por causa dos palymobils.

Cintia disse...

Caramba Lulu, só agora li essa sua matéria...
Chorei de saudades dos nossos Natais. Espero que este ano possamos celebrar juntos mais um Natal em família e proporcionar a mesma emoção que tivemos na nossa infância com minhas filhas.
Pode deixar que o bacalhau eu faço.
Beijo,
Cintia.