domingo, 29 de novembro de 2009

Deplorável

Vou escrever o que vai abaixo pois sei que muitos de vocês não iriam nem ficar sabendo...

Começo apresentando a primeira personagem:

CÉSAR BENJAMIN, 55, militou no movimento estudantil secundarista em 1968 e passou para a clandestinidade depois da decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro desse ano, juntando-se à resistência armada ao regime militar. Foi preso em meados de 1971, com 17 anos, e expulso do país no final de 1976. Retornou em 1978. Ajudou a fundar o PT, do qual se desfiliou em 1995. Em 2006 foi candidato a vice-presidente na chapa liderada pela senadora Heloísa Helena, do PSOL, do qual também se desfiliou. Trabalhou na Fundação Getulio Vargas, na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Prefeitura do Rio de Janeiro e na Editora Nova Fronteira. É editor da Editora Contraponto e colunista da Folha.

Pois bem, César Benjamin relatou que, em 1994, ao participar do grupo que comandava a campanha de Lula, presenciou o seguinte:

"Na mesa, estávamos eu, o americano ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci. Lula puxou conversa: “Você esteve preso, não é Cesinha?” “Estive.” “Quanto tempo?” “Alguns anos…”, desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: “Eu não aguentaria. Não vivo sem boceta”.

Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de “menino do MEP”, em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do “menino”, que frustrara a investida com cotoveladas e socos."

Outras pessoas, atacando César Benjamim pelo relato, confirmam a conversa e o comentário, mas afirmam que era só uma piada. O tal "menino do MEP" já apareceu, mas disse que não vai dizer uma palavra sobre o assunto.

Agora meu comentário:

Peões de fábrica não são diferentes de presidentes de empresas. Uns são íntegros, honestos e agradáveis. Outros são baixos, inescrupulosos e truculentos. Os presidentes tem a vantagem de ter os limites que as aparências exigem, um certo refino e verniz. Os peões do pior tipo já não precisam fingir e portanto uma conversa com eles é um show de horror (não estou teorizando, já convivi com peões nas muitas empresas que trabalhei). Se o que Lula disse realmente aconteceu ou não, eu não sei. Mas tenho certeza que muita gente no sindicalismo acharia a coisa normal. Até faria piada sobre o assunto, como se vê.

Dizem que quem não gosta de Lula é porque não aceita um operário na presidência. Que balela. Ser operário é o escudo que Lula usa para justificar todos os seus erros. Não tenho nada contra operários na presidência. Nem contra presidentes de empresas no comando da República. Desde que eles sejam do tipo íntegro e honesto. E de preferência, não tenham aversão aos estudos. Sem estudo, lamento, não dá pra fazer milagre...


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